sexta-feira, 15 de junho de 2007

Juiz quer US$ 65 mi de lavanderia que perdeu calça


Um juiz de Washington, nos EUA, está processando uma lavanderia da capital federal por terem perdido a calça de um de seus muitos ternos. Na ação, que já dura dois anos, Roy L. Pearson Jr. quer que os proprietários da lavanderia paguem não menos que US$ 65 milhões.

De acordo com Chris Manning, o advogado da família que é dona da lavanderia, o caso desmoralizou seus clientes, imigrantes sul-coreanos que pensam seriamente em voltar para seu país. Por outro lado o caso ganhou notoriedade e algumas organizações pedem que a ação de Pearson seja considerada exagerada, improcedente e que o juiz perca seu cargo na Corte Administrativa de Washington.
De acordo com o processo, o caso começou em 2005 quando Pearson tornou-se juiz. Na ocasião, ele comprou diversos ternos para cumprir suas tarefas profissionais e passou a ser cliente da lavanderia da família Chung, a Custom Cleaners. Semanas depois, a calça de um terno foi perdida. Person pediu que os proprietário pagasse US$ 1000, o valor de um conjunto novo.
Dois dias depois, entretanto, a calça foi encontrada e a família Chung se recusou a pagar o valor pedido por Pearson. O juiz por sua vez alegou que a calça encontrada não era a sua e decidiu acionar a lavanderia legalmente.
Manning disse que, ao longo do processo, os proprietários ofereceram três acordos a Pearson, nos valores de US$ 3 mil, US$ 4,6 mil e então US$ 12 mil.
Mas, não querendo voltar a utilizar os serviços da Custom Cleaners, o juiz não aceitou e chegou a pedir US$ 15 mil, o valor pelo aluguel de um carro durante 10 anos para levar suas roupas a outra lavanderia. O advogado dos proprietários da lavanderia ironizou e disse ainda que, "por alguma razão, Pearson acha que tem direito a uma lavanderia a menos de quatro quarteirões de sua casa".
Person só chegou ao valor de US$ 65 milhões depois de interpretar a lei de defesa do consumidor em Washington que impõe multas diárias de US$ 1500 por violação. Pearson contou 12 violações, multiplicou por 1200 dias e triplicou o valor afirmando que a ação apontava três réus.
Grande parte dos argumentos de Pearson está em duas placas que a Custom Cleaners tinha em sua parede e que diziam: "satisfação garantida" e "entregamos no mesmo dia". O juiz afirma que as placas indicam atividade fraudulenta por parte da lavanderia.
Sherman Joyce, presidente da American Tort Association, uma organização que combate ações judiciais contra pequenas empresas consideradas abusivas, pediu que o juiz seja destituído do cargo. O grupo também ofereceu comprar um terno novo escolhido por Pearson.
Melvin Weles, ex-chefe juiz administrativo, apoiado pela Comissão Nacional de Relações Trabalhistas, escreveu um artigo publicado no jornal Washington Post em que diz que, se fosse juiz desse caso, negaria a ação e obrigaria Pearson a pagar as despesas legais dos proprietários da lavanderia e uma indenização por seu sofrimento mental. Ele também pediu a demissão de Pearson.
Para a família Chung e seu advogado, um dos aspectos mais frustrantes do caso é a afirmação de que a calça cinza de Pearson foi encontrada dias depois e ficou no escritório de Manning por mais de um ano. Pearson, por sua vez, diz que calça tinha detalhes em azul e vermelho.
Mas Mannin retruca: "A calça tem a mesma medida da perna de Pearson. A etiqueta na calça também bate com a nota do terno deixado para lavar." O caso vai a julgamento no dia 11 de junho.

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