sábado, 28 de abril de 2007

Em ilha, homens são obrigados a casar após pedido


Na ilha africana de Orongo, na Guiné-Bissau, quem faz o pedido de casamento são as mulheres e os homens não podem recusar. As mulheres fazem a proposta publicamente oferecendo ao noivo um prato de peixe preparado segundo a tradição, em oléo de palmeira vermelha.
É o equivalente ao hábito ocidental de ajoelhar-se e pedir em casamento a noiva, com uma aliança. A grande diferença em Orongo, de estrutura matriarcal, é que as mulheres têm essa função. Recusar o pedido feito por uma mulher traz desonra à família, segundo as tradições do arquipélago de 50 ilhas.
A tradição está ameaçada pela proximidade com a civilização ocidental. Cresce o número de homens jovens que deixam Orango, a 60 km da costa da Guiné-Bissau. Eles encontram emprego carregando bagagens em hotéis turístiscos em arquipélagos mais desenvolvidos. Outros vendem o abundante óleo de palmeiras em centros comerciais. Eles retornam a Orongo trazendo hábitos diferentes de flerte, considerados uma ameaça pelos anciãos da ilha. "A escolha da mulher é muito mais estável. Antigamente raramente tínhamos divórcios. Agora, com os homens escolhendo, os divórcios são comuns", diz Cesar Okrane, 90 anos.

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